EMPREENDEDORISMO
O termo empreendedorismo (entrepreneurship), originário da França e
tendo como um dos fundadores Richard Cantillon (importante escritor e economista
do século XVII), é utilizado para denominar os estudos em relação ao perfil, origem,
sistema de atividades e o universo de atuação do empreendedor.
Esse termo evoluiu de acordo com as definições dadas pelos seus
utilizadores. O economista Joseph Schumpeter definiu o empreendedor, em 1950,
como uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Para
K. Knight (1967) e Peter Drucker (1970) significava que uma pessoa empreendedora
precisa arriscar em algum negócio. E em 1985, Pinchot determinou o conceito de
intra-empreendedor (empreendedor dentro das organizações).
Três períodos da utilização do termo empreendedorismo foram
determinados no texto EMPREENDEDORISMO... (2007):
a) século XVII: primeiros indícios de relação entre assumir riscos de
empreendedorismo ocorreram nessa época, em que o empreendedor
estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum
serviço ou fornecer produtos. Nessa época Richard Cantillon foi um dos
primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos) do
capitalista (aquele que fornecia o capital);
b) século XVIII: nesse século o capitalista e o empreendedor foram
finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da
industrialização que ocorria no mundo, através da Revolução Industrial;
c) final do século XIX e início do XX: os empreendedores foram
freqüentemente confundidos com os administradores, sendo
analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles
que organizam a empresa, pagam empregados, planejam, dirigem e
controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a
serviço do capitalista.
Cardozo e Barbosa ([20-]) citam que nos anos 80 o termo evoluiu devido
aos estudos de duas correntes, que utilizaram os princípios de suas próprias áreas
de interesse para construir o conceito: os economistas, destacando-se Joseph
Schumpeter e Jean Baptiste Say - associaram o termo ao contexto empresarial, no
qual a visão de empreendedorismo limita-se à função do proprietário de uma
empresa; e os comportamentalistas como o historiador, sociólogo e economista Max
Weber e o psicólogo David MacClelland - enfatizaram os aspectos comportamentais,
como a criatividade e a intuição para tentar entender o que leva uma pessoa a
empreender.
Atualmente, conforme Robert Hirsch (2007), é o processo de criar algo
diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessário, assumindo os riscos
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes
recompensas da satisfação econômica e pessoal.
“O empreendedor necessita de três características fundamentais para a
sua atuação: técnicas, gerenciais e pessoais” (EMPREENDEDORISMO..., 2007). O
empreendedorismo contemporâneo relaciona-se a qualificação do trabalhador, ou
seja, o profissional deve possuir educação continuada para adquirir conhecimentos,
valores, atitudes, habilidades capacidade inovadora e criativa para trabalhar com
eficiência e eficácia na empresa onde atua. O profissional deve possuir tudo isso e
outras qualidades porque o cenário da Sociedade do Conhecimento é caracterizado
pelo aumento da competitividade, pela reestruturação do trabalho e pela exigência
de um novo perfil de profissional.
Os brasileiros começaram a usufruir do empreendedorismo na década de
90, com a abertura da economia. Segundo Pereira (2004, p. 70) o primeiro curso de
empreendedorismo foi ministrado, em 1981, na Escola de Administração de
Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. A disciplina Novos
Negócios fazia parte da especialização em Administração para graduados. Em 1984,
o curso foi estendido para graduação, com o nome de Criação de Novos Negócios –
Formação de Empreendedores.
No mundo globalizado o empreendedorismo é peça fundamental, mas na
área da informação começou a ser utilizado, segundo Honesko ([20-]), na década de
80 e ao longo dos anos, surgem estudos direcionados para a área da informação.
Os principais autores dessa área são: White, Riggs, Cottam e Dumont.
Cottam (apud Honesko, [20-]), enfatizava que a instituição biblioteca
precisa de gestores empreendedores, equipe de sonhadores, pessoas para quebrar
a tradição e agir no desenvolvimento de novos papéis e responsabilidades.